Prefeitura de Paraíba do Sul está
em estado de alerta e pede para que população evite o desperdício
A
Agência Nacional de Águas (ANA) decidiu, nesta semana, estabelecer redução
temporária da vazão mínima afluente à barragem de Santa Cecília, no rio Paraíba
do Sul, especificamente no trecho que corta Barra do Piraí. Essa determinação
está presente na resolução nº 1.309, publicada no Diário Oficial da União da
última segunda-feira (1). A redução, de 190 metros cúbicos
por segundo para 165
metros cúbicos por segundo, vale até o dia 30 de
setembro.
De
acordo com a ANA, o objetivo é preservar os estoques de água disponíveis no
reservatório equivalente da Bacia Hidrográfica do Paraíba do Sul, composto
pelos reservatórios de Paraibuna, Santa Branca, Jaguari e Funil, e que se está
em situação desfavorável devido à falta de chuvas. A agência cita, ainda, a
importância da Bacia Hidrográfica do rio Paraíba do Sul para o abastecimento de
várias cidades, inclusive para a Região Metropolitana do Município do Rio de
Janeiro. O impacto imediato no abastecimento no sul do Rio de Janeiro é
incerto. Equipes do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) serão responsáveis
pelo monitoramento.
A
medida da Agência Nacional de Águas gerou grande preocupação em Paraíba do Sul,
já que a região atravessa um longo período de seca e o nível do rio Paraíba do
Sul já está bem abaixo do normal. A Prefeitura do município está em estado de
alerta para o risco iminente de desabastecimento. E pede para que a população
evite o desperdício.
Transposição do Rio Paraíba do Sul
é outro grande risco
A
proposta do Governo de São Paulo em retirar cinco metros cúbicos por segundo do
Rio Paraíba do Sul e construir um canal de 15 quilômetros para
interligar a represa do Jaguari, que é abastecida pelo rio, com as que fornecem
água para o Sistema Cantareira, é outro fator que causa preocupação direta em
Paraíba do Sul. A proposta prevê, ainda, que seja feita uma transposição de 5
mil litros por segundo para a Represa Atibainha, do Sistema Cantareira, e
ajudar a recuperar o manancial em crise. O projeto foi anunciado oficialmente
em março e abriu a atual crise entre São Paulo e Rio.
De
acordo com a Secretaria Municipal do Ambiente e Agricultura, caso a
transposição seja realizada, de fato, Paraíba do Sul vai ter alguns impactos
negativos diretos como a diminuição do volume do rio na região e queda no
abastecimento de água, além da transferência de poluentes. Segundo a Secretária
Municipal do Ambiente e Agricultura, Nathália Mafra, há uma série de ações que
já estão em prática e podem ser ainda mais eficientes com a parceria da
população: "Estamos fazendo fiscalizações diárias para impedir que mais
construções sejam edificadas nas margens do rio Paraíba e demais ribeirões,
para proteger nossas águas desde já. Recomendamos que ninguém ocupe várzeas,
encostas de morros e margens de rios e córregos para evitar tragédias durante
os períodos chuvosos. Além disso, uma medida que cada morador pode contribuir é
vital para aumentar a capacidade de absorção da água da chuva. Recomendamos aos
sul-paraibanos que pelo menos 25% do terreno do imóvel esteja sem pavimentação,
porque isso também ajuda a evitar alagamentos. A impermeabilização excessiva do
solo sobrecarrega os sistemas de drenagem urbana", explicou.
Nathália
também enfatizou a importância da preservação das matas ciliares, citando o
Parque Fluvial da Beira Rio como o maior exemplo deste tipo de ação no
município. Além disso, a Secretária pede que os moradores denunciem
desmatamento de áreas verdes, mesmo em terrenos particulares e nas margens de
rio, considerando uma tarefa de grande importância. Por fim, evitar o
desperdício: "Precisamos evitar o desperdício de água para não sofrermos
no futuro e depende de cada sul-paraibano fazer sua parte.
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