Objetivo é informar a população sobre os riscos e evitar acidentes, diz
Coordenação de Zoonoses
O verão, estação do ano com
dias mais quentes e chuvosos, é período que cresce o risco de acidentes por
animais peçonhentos. Segundo dados do Ministério da Saúde, de 2012 para 2013,
aumentou em 6% o número de casos notificados em todo o Brasil. De novembro de
2011 para março de 2012 foram registrados 67.197 casos, com 132 mortes. Nos mesmos
meses, um ano depois, foram notificados 71.217 casos, com 144 mortes. Com as
chuvas, os animais peçonhentos são obrigados a sair de seus esconderijos e
procurar um novo abrigo, tanto nas áreas urbanas, quanto rurais. Por isso, é
necessário atenção redobrada dos moradores e profissionais que trabalham no
setor de captura deste tipo de animais.
Através de uma parceria com o Instituto Vital Brazil, a prefeitura envia os animais capturados que são utilizados na produção de soro |
De acordo com o Coordenador do
Setor de Zoonoses de Paraíba do Sul, Luis Fernando Figueiredo, o trabalho e
orientação e atendimento a população é constante, sem qualquer tipo de
paralisação. Os locais com maiores ocorrências de aparecimento de serpentes são
Inema, Limoeiro, Barão de Angra, Vieira Cortez, Cerâmica D'Ângelo e Werneck. O
coordenador explica que a convivência com as cobras é uma realidade e o melhor
a fazer é unir a conscientização com trabalho de prevenção: "Nós buscamos
sempre orientar os moradores em relação aos cuidados que devem ter caso
encontrem uma serpente. Em caso de acidente, o essencial é buscar atendimento
imediato no hospital mais próximo e, se possível, levar a cobra caso tenha sido
capturada ou morta, para facilitar a identificação do soro que será
aplicado", disse.
Figueiredo enfatizou que
Paraíba do Sul tem a estrutura necessária para atender casos de picadas de
cobra, mas disse, também, que é necessário procurar o atendimento com urgência:
"Em caso de picada, é importante ressaltar para a população que não
procurar atendimento médico com urgência pode acarretar graves problemas. O
efeito do veneno de cobra é rápido, e quando o soro é aplicado de imediato, não
há qualquer problema. Mas caso o paciente relute em procurar atendimento, o
veneno pode atacar órgãos vitais que farão com que o efeito do antídoto
trabalhe devagar ou com menos eficiência", confirmou.
Parceria com Instituto Vital Brazil garante produção de soro
Segundo o Setor de Zoonoses, o
Hospital Nossa Senhora da Piedade tem, à disposição, os soros para atendimento
de urgência à pacientes que foram picados por cobras. Caso haja necessidade de receber maiores
quantidades ou outros tipos de antídoto, o Hospital aciona outras unidades e
saúde próximas e o soro é enviado para Paraíba do Sul com a maior rapidez
possível. Este trabalho faz parte de uma parceria entre os hospitais da região
para oferecer atendimento mais amplo em caso de acidentes. O coordenador
explica que Paraíba do Sul tem uma parceria com o Instituto Vital Brazil,
referência nacional em assuntos relacionados a animais peçonhentos, que permite
o envio de espécimes capturadas vivas para lá com objetivo de fazer mais soro.
Quando são recolhidas cerca de 10 serpentes e outros animais como aranhas e
escorpiões, os funcionários do setor encaminham os animais para o Instituto. De
acordo com Figueiredo, esta parceria é importante para manter a produção de
soros antiveneno e dar destinação correta para os animais capturados. Quem
precisar do serviço da Zoonoses deve ligar para o (24) 2263 4761.
Sobre a eficácia dos soros antiofídicos
Apesar de existirem soros
específicos para diferentes gêneros de cobras, o processo de produção de todos
eles segue o mesmo padrão. O veneno da serpente é introduzido no organismo de
um cavalo, que reage desenvolvendo anticorpos. E são esses anticorpos que, após
serem retirados do cavalo, formam o soro. A eficiência do produto é grande e,
diferentemente do que muitos pensam, uma picada de cobra não significa um
convite quase certo para a morte. Segundo dados do Ministério da Saúde, das
cerca de 20 mil pessoas picadas por serpentes venenosas a cada ano no Brasil,
apenas 0,4% morrem. Mas é bom não bobear. As poucas mortes ocorrem justamente
pelo uso incorreto ou tardio do soro ou ainda pela falta dele. A utilização
incorreta do produto pode ser evitada com ajuda do diagnóstico de um
especialista, já que o veneno de diferentes gêneros de cobras precisa ser
combatido com diferentes tipos de sonoro.
No entanto, especialistas do
Instituto Vital Brazil chamam atenção a uma série de fatores que podem
atrapalhar a eficácia do soro antiveneno e causar efeitos desastrosos. Quando
há um acidente com animal peçonhento, deve-se lavar o local da picada com água
e sabão e manter o acidentado em repouso. Caso a picada seja no braço ou na
perna, estas extremidades devem ficar levantadas. É essencial levar acidentado
imediatamente ao polo de atendimento mais próximo. É importante que o
tratamento seja rápido e realizado por profissionais de saúde qualificados, em
unidades de atendimento médico especializadas. No entanto, ingerir bebidas
alcoólicas ou usar qualquer tipo de droga pode retardar ou inutilizar o efeito
do soro aplicado. Desta forma, o veneno vai agir lentamente até levar o
acidentado a morte.
Outras recomendações são não
amarrar ou fazer torniquetes ou garrotes, pois impedem a circulação do sangue,
o que piora a situação. Não se deve, também, fazer cortes no local da picada,
pois, somados aos efeitos do veneno, podem induzir hemorragias e infecções.
Além disso, não utilizar qualquer tipo de substância no local da picada, como
folhas, pó de café, entre outras, pois podem provocar infecção.
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