sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Em entrevista Marcinho fala sobre atual situação de Paraíba do Sul

Uma das poucas vozes política a se levantar contrário a administração do prefeito Gil Leal, o vereador Márcio de Abreu Oliveira, Marcinho (DEM), concedeu entrevista esta semana ao Jornal A Folha e destacou diversos pontos que ele vem discordando da administração municipal.

Para o vereador, Paraíba do Sul passa por momentos muito difíceis, “desconfigurados, sem uma identidade e sem rumo” essas foram umas das palavras utilizadas para definir a gestão do prefeito Gil Leal.

 A FOLHA – Como você avalia o governo Gil Leal?
Marcinho – Avalio da mesma forma que o cidadão está analisando, um governo que vem decepcionando e frustrando as expectativas da população.  Não existe uma identidade, não se tem um rumo. Qual plano do executivo para Paraíba do Sul? É o turismo? Geração de Empregos? É ser um pólo universitário? Agricultura?
Paraíba do Sul não tem uma identidade, há muito não vem sendo planejada. Se você perguntar ao prefeito para onde Paraíba do Sul vai, ele não saberá responder.  Quem não sabe onde vai, qualquer lugar serve. O município está “vagando” sem saber aonde vai. Parado no tempo.

A FOLHA – Porque você está tão preocupado com cortes de árvores no Parque Salutaris?
Marcinho – Primeiro porque estamos sentindo na pele as catástrofes que o desmatamento, aquecimento global vem provocando, aqui mesmo em Paraíba do Sul tivemos no final do ano passado desastres naturais que abalaram o município. O mundo inteiro está voltado para políticas do meio ambiente. Cortaram dezenas de árvores adultas que vinham desempenhando sua função ambiental, mesmo que plante o triplo, as que serão plantadas hoje, farão efeitos somente no futuro.  Outra coisa é a preocupação com as águas minerais salutaris, quanto mais tirarem árvores, quanto mais jogarem cimento e esgoto naquele Parque menor são as chances de termos as três águas e sem risco de poluição.  Afinal de contas na entrada da cidade, existe um pórtico convidativo dizendo que somos a Rainha das Água Minerais. Tem que ter muito cuidado para não secar ou poluir a fonte, porque ai viraremos de vez uma propaganda enganosa.

A FOLHA – Mais lá será construído uma escola. Você é contra escola?
Marcinho – Veja bem, sou totalmente a favor da construção de escolas, quanto mais o NUMEES que é o Núcleo de Ensino Especializado, um projeto do qual conheço a fundo e admiro desde a época da pestalozzi, quando o projeto ainda era no bairro Grama. Ressalto que qualquer iniciativa que for em defesa da instituição terão sempre o meu aval, no entanto,  existem diversos outros locais para instalar sem precisar cortar uma árvore. 
Agora o que tem que colocar na cabeça de algumas pessoas, que é preciso ter projetos para o município, o Parque Salutaris representa preservação do meio ambiente e turismo, então qualquer obra prá lá tem que buscar preservar o meio ambiente e atrair turistas. O turista que vir aqui, quer ver pássaros cantando, ter um local fresco e com águas minerais jorrando, quer ir no Parque Salutaris e ver ricas a fauna e flora e não blocos de cimento, que ele está cansado de ver nas capitais. 

A FOLHA – Mas também existe um projeto para construção do Fórum no Parque?
Marcinho – Quando ouvi isso achei que era alguma brincadeira, mais depois fui informado por diversas pessoas ligadas ao judiciário e pessoas da própria Prefeitura que realmente existe este projeto. Isso é matar o Parque Ecológico, matar nosso Cartão Postal. Atrás do Fórum outras estruturas serão montadas, como estacionamento, restaurante, lanchonetes e etc.
Imagine só, o turista está no Parque, buscando a tranquilidade, de repente vem o “camburão” (carro de polícia que carrega preso) levando presos para depor, um monte de advogado de terno e gravata carregando pilhas de processo, carro pra todo lado, todo aquele clima de trabalho. Não tem turista que aguente.
Se fizerem isso, vão acabar com o projeto turístico e ambiental que a Salutaris representa.

A FOLHA – Como você vê o turismo em Paraíba do Sul no dias de hoje?
Marcinho- A visão política do prefeito Gil Leal está matando qualquer chance de nos desenvolvermos como uma atração para turista. Acabou com a Maria Fumaça, está urbanizando o Parque Salutaris, não realizou Exposição Agropecuária e o carnaval do município é o pior da região.
Nos últimos anos, nada se fez para alavancar o turismo em nosso município, pelo contrário estão destruindo o pouco que tinha. Com isso, sofre a rede hoteleira, os artesãos, o comércio que não tem pra quem vender, sofre o cidadão que não tem onde trabalhar.

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