Uma das maiores
mazelas da sociedade atual é a disseminação do uso de drogas. Por
ser um assunto marginalizado e de consequências negativas, o poder
público e a população em geral evita falar do tema, mas a
secretaria de Direito Humanos de Paraíba do Sul enxerga essa
necessidade e desenvolve trabalhos variados para prevenir e combater
o uso de drogas no município.
Para os usuário
que desejam receber tratamento, a primeira porta de entrada é o
CAPS-AD, que atualmente conta com 160 pessoas cadastradas realizando
terapias ocupacionais, acompanhamento psicológico e psiquiátrico e
desintoxicação progressiva. "Os usuários ficam em média 8
horas por dia com a gente, ou seja, ele passa a parte do dia toda sem
usar nenhum tipo de droga, e aos poucos o corpo vai ficando limpo das
substâncias tóxicas. Alguns vão 3 vezes na semana, outros
diariamente, o importante é estar sempre de portas abertas para
recebê-los e mostrar novos horizontes" - relatou a coordenadora
de saúde mental de Paraíba do Sul, Marize Agostinho
Outra ação
realizada pelo poder público é a capacitação dos professores para
aprenderem a identificar desvios de comportamento que indiquem o uso
de entorpecentes. Duas vezes por mês os professores da rede pública
são recebidos por psicólogos do Programa de Saúde Mental para
receberem orientações sobre como devem agir ao identificarem
crianças e adolescente que estejam fazendo uso de drogas.
Maior
causa de chamadas de emergência do SAMU são de surtos psicóticos
De acordo
com a coordenadoria de emergência de Paraíba do Sul, o maior índice
de chamadas de emergência é para levar pessoas em surto psicótico
para o hospital, o momento de surto é muito comum para usuários de
drogas, ou por excesso e até mesmo pela abstinência das
substâncias. Para evitar maiores problemas de violência contra si e
contra outrem a indicação é chamar o SAMU para que seja feita a
remoção do indivíduo para uma unidade hospitalar.
"Quando a
pessoa apresenta resistência, o SAMU faz contato com a nossa equipe
de saúde mental solicitando a nossa presença para iniciarmos o
trabalho de convencimento do usuário, alguma vezes chego a ficar
duas horas em uma casa para que o SAMU possa levar o paciente. Quando
mesmo com nossa presença a pessoa se mantém irredutível,
recorremos ao bombeiro para fazer a condução compulsória." -
declarou Marize.
O hospital não
possui profissionais capacitados para receber pacientes em surto
psicótico e por isso o paciente não permanece muito tempo na
unidade. Após cessar o surto o paciente é liberado, mas lhe é
oferecido todo apoio para comparecer ao CAPS-AD ou até mesmo buscar
uma internação integral em uma clínica de recuperação.
Projeto
Optar já recebeu mais de 10 mil internos em seus 40 anos de
atividades
A clínica Optar
tem 40 anos de serviço prestado a população e já atendeu mais de
10 mil pessoas. Hoje são somente 6 internos e um dos principais
motivos para um número tão baixo é a falta de repasse por parte do
Governo do Estado, que está há 9 meses sem realizar nenhum
pagamento, inclusive a clínica ficou um mês sem funcionar e agora
voltou com este número reduzido.
"Sabemos que a
internação não é receita de bolo para que a pessoa saia do vício,
mas sabemos também da importância da desintoxicação, de estar em
um ambiente apropriado, recebendo atendimento psicológico,
realizando trabalhos manuais e principalmente, se desvinculando de
hábitos prejudiciais. É isso que nos motiva a continuar o trabalho,
mas sem dúvida, a prevenção ainda é o remédio mais eficaz".
- finalizou Marize Agostinho.
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